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Perfure ribose e atleta em qualquer mecanismo de busca na internet e você ficará maravilhado com o número de empresas que agora promovem a suplementação de ribose como um auxílio ergogênico. Dado que a ribose faz parte da molécula de adenosina trifosfato (ATP) e que o ATP, a moeda universal de energia no corpo, é o que faz nossos músculos funcionarem, as alegações de que a suplementação de ribose pode fornecer mais energia e recuperação mais rápida parecem bastante plausíveis , especialmente quando eles aparentemente são apoiados por numerosas referências científicas. Cavar um pouco mais fundo, no entanto, e logo se torna evidente que nem tudo é tão rosado como parece no jardim ribose. Como a maioria dos compostos naturais que terminam em -ose, a ribose é um açúcar; e como muitos dos açúcares mais familiares no corpo e nos alimentos que comemos, como glicose, frutose e galactose, consiste em uma estrutura semelhante a um anel de carbono à qual átomos de oxigênio e hidrogênio estão ligados. No entanto, ao contrário desses outros açúcares, a ribose é sintetizada no organismo a partir da glicose por meio de um processo chamado carboxilação oxidativa, no qual outro composto criticamente importante chamado NADPH é gerado.. Em termos brutos, as enzimas cortam uma molécula de dióxido de carbono (CO2) de um anel de seis carbonos para gerar ribose e NADPH, e isso explica por que a ribose é um açúcar de cinco carbonos.. Uma vez formada a ribose, ela pode ser reciclada de volta à glicose ou incorporada a outras moléculas maiores que usam a ribose como blocos de construção. Estes incluem DNA e RNA, que armazenam e traduzem informações genéticas durante a divisão celular, e, é claro, ATP, cujo trabalho é agir como a moeda de energia universal dentro do corpo.. Embora a ribose seja uma parte integral da molécula de ATP, é importante entender que são os grupos fosfato de ATP que armazenam e doam energia aos músculos em atividade; em particular, é a ligação entre o fosfato final e médio que se quebra para liberar energia, quando o ATP é decomposto em ADP (adenosina difosfato) e fosfato. A outra extremidade da molécula (a parte adenosina) consiste em dois blocos de construção unidos (adenina e ribose) e serve apenas como uma estrutura inerte sobre a qual a parte de ação da molécula é suspensa (ver figura 1).

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Em condições normais, quando falamos em decompor o ATP para liberar energia, estamos nos referindo apenas ao rompimento da ligação final do fosfato, já que o restante da molécula permanece perfeitamente intacto.. Tomar ribose extra, portanto, não pode ser esperado para aumentar a taxa na qual o ATP quebrado é ressintetizado de ADP e fosfato (ao contrário da creatina, dos quais mais abaixo). Pelo contrário, acredita-se que a ribose ajuda o corpo a fabricar mais estruturas de adenosina, ou seja, aumentar o número de moléculas de ATP ou diminuir a diminuição da concentração de ATP que pode ocorrer sob condições de treinamento muito extenuantes, quando pequenas quantidades de ATP podem ser completamente destruídas. (em vez de apenas dividido em ADP e fosfato). A nova creatina? Não há como contestar o potencial ergogênico da creatina suplementar. Ao aumentar os níveis de creatina muscular, os atletas podem aumentar suas reservas de uma substância chamada fosfocreatina, que atua como um reservatório de fosfato de alta energia de emergência.. Este pool de fosfato é capaz de doar rapidamente um grupo fosfato de alta energia para o ATP gasto (conhecido como ADP), regenerando assim o ATP nos músculos quando ele está sendo usado mais rapidamente do que pode ser regenerado através da via aeróbica normal.. O efeito líquido da creatina é ajudar os atletas a suportar rajadas de alta intensidade por mais tempo, enquanto acelera a recuperação entre rajadas. Dado que a ribose faz parte integrante da estrutura do ATP, foi apenas uma questão de tempo até os cientistas começarem a considerar se a ribose suplementar se traduziria num aumento da taxa de síntese de ATP a partir dos seus constituintes, levando a concentrações musculares mais elevadas de ATP. e daí para melhorar o desempenho atlético. O interesse científico nos benefícios potenciais da suplementação de ribose aumentou rapidamente após uma série de estudos realizados no início da década de 1990 indicarem que a ribose suplementar melhorou o metabolismo energético cardíaco em pacientes com doença cardíaca crônica, melhorando significativamente sua qualidade de vida (1,2,3 ). No entanto, quando os pesquisadores estudaram os efeitos da suplementação de ribose em outras condições que envolvem distúrbios do metabolismo energético, os resultados foram menos impressionantes.. Essas condições incluíram distrofia de Duchenne (4), uma doença progressiva que causa fraqueza generalizada e perda de massa muscular, e doença de McArdle (5), onde a capacidade de decompor o glicogênio muscular armazenado em glicose, gerando ATP, fica gravemente comprometida.. No entanto, os relatos sobre os benefícios da ribose suplementar para pacientes com doença cardíaca crônica continuaram a se acumular, apoiados por estudos em animais. De fato, apenas no ano passado um estudo cruzado duplo-cego randomizado (considerado o tipo mais rigoroso de estudo clínico) descobriu que a suplementação de ribose em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva por três semanas melhorou significativamente a função cardíaca e a produção durante um teste de ciclismo submáximo ( 6). Além disso, os pacientes em questão também demonstraram melhora nos escores de qualidade de vida. O consenso científico atual é que em certas condições cardíacas patológicas, quantidades significativas de ATP podem ser destruídas completamente (não apenas divididas em ADP e fosfato) e perdidas do coração..

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A capacidade do coração de re-sintetizar o ATP pode então ficar limitada pelo suprimento de ribose, um dos blocos de construção da molécula de ATP.. Estudos sobre pacientes cardíacos são bons e bons, mas o que a ribose tem a oferecer àqueles com função cardíaca normal e, mais particularmente, o que ela pode fazer para atletas? Infelizmente, é aí que as reivindicações direcionadas pelo marketing dividem a empresa com a realidade; para quando você olha para as evidências científicas que surgiram a partir de ensaios controlados por placebo adequadamente conduzidos, o fato é que há muito pouca evidência para apoiar essas alegações. De fato, quando você considera os ensaios clínicos mais recentes sobre a suplementação de ribose em atletas, há um consenso quase total de que ele oferece poucos benefícios, se é que há algum, na prática.. Ribose e exercício intenso Um estudo publicado no ano passado examinou os efeitos da suplementação de ribose em um período de uma semana de exercício intenso intermitente (7). Em um experimento cruzado duplo-cego randomizado, oito atletas realizaram treinamento cíclico, compreendendo 15 séries de corrida de 10 segundos, duas vezes ao dia por sete dias.. No final do período do estudo, os participantes tomaram ribose (200mgs por kg de peso corporal) ou um placebo três vezes ao dia por três dias, após o que um teste de esforço foi realizado e o ATP muscular medido.. Após um período de washout, os grupos trocaram de lugar e o experimento foi repetido. A análise dos resultados mostrou que, três dias após o período de treinamento, aqueles que tomavam ribose haviam regenerado seus níveis de ATP para níveis anteriores ao treinamento, enquanto aqueles que receberam placebo não recuperaram seu ATP com tanta rapidez.. No entanto, os valores médios e máximos de potência observados no teste de exercício pós-treino não diferiram entre os grupos; Em outras palavras, a lenta regeneração do ATP observada no grupo do placebo não fez diferença no seu desempenho real.. Em outro ensaio clínico randomizado duplo-cego realizado no ano passado, 19 homens treinados foram inicialmente testados quanto à sua potência anaeróbia, realizando dois testes de velocidade de 30 segundos em cicloergômetro, separados por três minutos de repouso (8).. No final dessas sessões práticas, amostras de sangue foram coletadas, e os participantes foram combinados para massa corporal e capacidade anaeróbica e receberam cápsulas de ingestão contendo dextrose placebo ou ribose duas vezes ao dia por cinco dias, repetindo os mesmos testes no sexto dia..

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Nenhum efeito na capacidade anaeróbica Embora houvesse alguma evidência de que o trabalho total realizado no segundo sprint pós-suplementação foi menor no grupo placebo do que no grupo ribose, uma análise mais aprofundada mostrou que não houve diferenças significativas na potência de pico, potência média, torque, índice de fadiga, sangue lactato ou outros metabólitos do sangue entre os grupos. Os pesquisadores concluíram que a suplementação oral com ribose não aumentou a capacidade de exercício anaeróbico nem afetou nenhum dos marcadores metabólicos medidos.. Outro estudo recente parece fornecer algumas evidências fracas de que a ribose pode melhorar o desempenho em sprints (9). Neste ensaio clínico duplo-cego controlado e randomizado, os indivíduos foram solicitados a realizar duas sessões de exercício de ciclo repetido em um único dia, cada sessão consistindo em seis sprints de 10 segundos, separados por períodos de descanso de 60 segundos.. Após a segunda sessão, os participantes ingeriram 32g de ribose ou celulose (um placebo inerte) nas 36 horas seguintes e retornaram ao laboratório para repetir o teste de sprint.. Após um período de washout de cinco dias, os grupos mudaram de local e todo o procedimento foi repetido. Os resultados mostraram um aumento estatisticamente significativo na potência média e de pico na sprint 2, e valores absolutos mais altos, embora muito pequenos para serem estatisticamente significativos nos sprints 1, 3 e 4. Os pesquisadores concluíram que, como a suplementação não mostrou aumentos reprodutíveis no desempenho em todos os seis sprints, a ribose não teve um efeito consistente ou substancial na corrida do ciclo anaeróbico.. Ainda outro estudo randomizado duplo-cego randomizado e controlado parece derramar água fria sobre a noção de que a suplementação de ribose pode melhorar o desempenho (10). Neste estudo, a potência muscular foi medida durante as extensões dinâmicas do joelho em um dinamômetro isocinético antes e após um período de treinamento de seis dias, durante o qual os indivíduos foram suplementados com ribose (16g por dia dividido em quatro doses) ou placebo. O protocolo de exercício consistiu em duas séries de contrações máximas, separadas por 15 segundos de repouso. Cada sessão consistiu de 15 séries de 12 contrações cada, separadas por um período de descanso de 60 min, e os participantes realizaram o mesmo protocolo de exercícios duas vezes ao dia, com 3-5 horas de descanso entre as sessões.. No final do teste, a potência de extensão do joelho foi aproximadamente 10% maior em ambos os grupos, mas não houve diferenças entre os grupos.

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Também não houve diferenças entre os grupos nas concentrações de lactato sanguíneo e amônia plasmática. Alguns defensores da ribose apontam estudos em animais para evidências de eficácia, mas mesmo aqui pesquisas recentes parecem. Um estudo publicado no início deste ano (11) examinou o efeito da suplementação de ribose em cavalos de corrida de cavalos puro sangue submetidos a treinamento em esteira (sim, cavalos de corrida realmente podem ser treinados em esteiras!). O objetivo foi investigar os efeitos da suplementação de ribose sobre amônia e ácido láctico, glicose plasmática, consumo de oxigênio e freqüência cardíaca durante um teste de exercício em esteira padronizado e, em particular, para ver se a suplementação de ribose diminuiria o acúmulo de amônia e ácido láctico, melhorando assim o desempenho. Os cavalos foram distribuídos aleatoriamente para ribose ou placebo, ambos fornecidos na mesma dose (0. 15g por kg de peso corporal) como um top-dressing duas vezes ao dia para os seus alimentos. Após 14 dias de suplementação, foi realizado um teste ergométrico padronizado. Após um período de 10 dias, os cavalos trocaram de grupo e o protocolo foi repetido.. Nos grupos placebo e ribose, a amônia sangüínea e o ácido láctico aumentaram com a duração do exercício e atingiram o pico 15 minutos após o exercício.. O pico de glicose no sangue foi observado 15 minutos após o exercício, e as frequências cardíacas máximas e as tomadas de oxigênio foram registradas na maior velocidade durante o teste.. De fato, não houve diferenças entre os grupos, levando os pesquisadores a concluir que a suplementação de ribose não teve efeito.. Pesquisadores desenharam um espaço em branco Estes resultados parecem confirmar os de um estudo anterior do mesmo grupo, no qual níveis mais baixos de ribose suplementar. Neste estudo, os pesquisadores detectaram uma leve tendência não significativa em direção a um nível reduzido de lactato sanguíneo e amônia após o exercício.. 15g por kg, os cientistas esperavam detectar uma tendência mais clara.

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Mas em vez disso, eles desenharam um espaço em branco. Embora existam muitas alegações anedóticas e de tipo testemunhal para a eficácia da ribose, se você examinar com atenção os rigorosos ensaios científicos controlados por placebo, a evidência é, na melhor das hipóteses, muito fraca e, na pior das hipóteses, praticamente inexistente.. Sim, é verdade que ribose é um bloco de construção da estrutura molecular do ATP, mas alegando que consumir ribose extra, portanto, impulsionar a produção de ATP e energia é tão logicamente quanto dizer que um motor de carro que precisa de quatro litros de óleo para suave a operação funcionará duas vezes mais suavemente com oito pintas! É verdade que, com certas condições cardíacas, a ribose suplementar pode ajudar o metabolismo energético cardíaco, mas isso é quase certo porque, nessas circunstâncias raras, há destruição anormal e perda de ATP, e a capacidade do coração de ressintetizar o ATP fica limitada pelo suprimento. de ribose disponível. O metabolismo humano é um sistema extremamente complexo e complexo de vias bioquímicas intimamente acopladas, rigorosamente controlado por vários sistemas de feedback.. Por exemplo, a produção de ribose no corpo é fortemente acoplada ao NADPH, um transportador vital de elétrons em numerosas reações bioquímicas.. Cada molécula de ribose formada produz duas moléculas de NADPH, mas o fato de que a ribose indesejada é prontamente reciclada de volta à glicose sugere que a prioridade bioquímica nessa reação é produzir NADPH, e que sob condições normais há mais do que suficiente ribose para síntese de ATP. Além disso, a ribose que é produzida no corpo desta forma está na forma de ribose-5-fosfato, que tem um grupo fosfato no quinto carbono. Isto faz com que seja uma espécie bioquimicamente diferente e mais energética do que a ribose simples usada para suplementos (que não contém este grupo fosfato). Não há evidência clara de que a ribose contida nos suplementos possa ser independentemente fosforilada (o processo de adicionar um grupo fosfato a uma molécula) sem primeiro passar por algum tipo de transformação bioquímica.. E mesmo que isso acontecesse, seria necessário a entrada de energia via doação de um grupo de fosfato de alta energia. Este é, evidentemente, o exato oposto do que a suplementação com ribose é projetada para alcançar, ou seja, aumentar a disponibilidade de ATP e suas ligações de alta energia! Mesmo que a ribose extra possa ajudar a regenerar qualquer ATP degradado mais rapidamente (como sugerido em um dos estudos acima mencionados) ou até mesmo aumentar o número de moléculas de ATP, isso ainda pode não fazer diferença para as reservas de energia..

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Isso ocorre porque, quando o ATP libera energia, ele pode ser rapidamente regenerado novamente a partir do ADP e do fosfato, seja por meio do metabolismo aeróbico, seja pelo pool de fosfato de alta energia descrito acima.. Lembre-se que este processo de liberação de energia é completamente reversível, ao contrário da destruição completa da molécula de ATP.. Embora o ser humano médio possa armazenar apenas cerca de 3 onças de ATP no total, durante o exercício intenso, até 15 kg de ATP são decompostos e reformados por hora.. Em outras palavras, uma molécula típica de ATP nos músculos ativos em atividade será alternada entre o ATP, o ADP e o fosfato centenas de vezes por minuto! O que importa em termos de produção de energia é menos com quantas unidades de ATP existem para começar e mais com a eficiência com que o ATP pode ser regenerado a partir do ADP e do fosfato. É exatamente por isso que o suplemento de creatina funciona: aumenta o tamanho do pool de fosfato de alta energia disponível para a regeneração de ATP. A suplementação de creatina virou o mundo da nutrição esportiva em sua cabeça precisamente porque serviu como um exemplo extremamente raro de colocar mais um precursor metabólico produtor de energia no corpo e obter mais energia! A suplementação de ribose pode não ser completamente sem mérito, especialmente se, em certas circunstâncias, ela puder aumentar a ressíntese de moléculas de ATP inteiras de seus componentes constituintes. No entanto, a indústria de suplementos esportivos é notória por tomar um substrato aleatório de uma via metabólica extremamente complexa e comercializá-lo como a próxima pílula para melhorar o desempenho; e o fato é que, até o momento, não há evidências científicas suficientes para recomendar seu uso.